Resumo
O artigo discute o problema agrário em áreas rurais brasileiras sob o ponto de vista ambiental. O objetivo é examinar a forma como se deu a apropriação privada do espaço rural brasileiro, atribuindo ao fator ambiental um papel cuja lógica foi relevante para o contexto agrário herdado. De acordo com a hipótese, a especificidade do processo de apropriação privada de terras públicas, após 1850, é o ponto de origem dos problemas agrário-ecológicos atuais no espaço rural brasileiro. Discute como os imperativos do mercado impeliram a degradação dos agroecosistemas, de maneira indiferenciada quanto à escala de produção. Nas considerações finais, enfatizam-se os limites da transição para uma agricultura sustentável na Região Sul do Brasil.
Referências
Brandebburg, Alfio (1998), “Colonos: subserviência e autonomia”, en Angela Ferreira, Damasceno Duarte y Alfio Brandenburg (org.), Para pensar: outra agricultura, UFPR, Curitiba.
Brenner, Robert (1995), “Agrarian Class Structure and Economic Development in Pre-Industrial Europe”, en T. H. Aston y C. H. E. Philpin (eds.), The Brenner Debate: Agrarian Class Structure and Economic Development in Pre-Industrial Europe, Cambridge University Press, Cambridge.
Cano, Wilson (1998), Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil, 1930-1995, 2ª ed. rev. y aum., Unicamp, Campinas, SP.
Cano, Wilson (2002), Ensaios sobre a formação econômica regional do Brasil, Editora da Unicamp, Campinas, SP.
Checchia, Cristiane (2007), Terra e capitalismo: a questão agrária na Colômbia, 1848-1853, Alameda, São Paulo.
Chonchol, Jaques (1996), Sistemas agrarios en América Latina: de la etapa prehispánica a la modernización conservadora, Fondo de Cultura Económica, México.
Delgado, Guilherme C. (2001), “Expansão e modernização do setor agropecuário no pós-guerra: um estudo de reflexão agrária”, Estudos Avançados, 15 (43), Instituto de Estudos Avançados-USP, São Paulo, pp. 157-172.
Garcia, Afrânio y Moacir Palmeira (2001), “Transformação agrária”, en Ignacy Sachs et al. (orgs.), Brasil: um século de transformações, Cia das Letras, São Paulo.
Graziano da Silva, José (1996), A nova dinâmica da agricultura brasileira, Unicamp, Campinas.
Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) (1993), “Avaliação da estratégia global do Paraná-Rural”, Relatório, Curitiba.
Leff, Enrique (2006), Racionalidade ambiental: a reapropriação social da natureza, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.
Lourenço, F. A. (2001), Agricultura ilustrada: liberalismo e escravismo nas origens da questão agrária brasileira, Unicamp, Campinas.
Machado, Paulo P. (2004). Lideranças do Contestado: a formação e a atuação das chefias caboclas (1912-1916), Editora da Unicamp, Campinas.
Martínez-Alier, Joan (1994), De la economía ecológica al ecologismo popular, Icaria, Barcelona.
Martínez-Alier, Joan (2007), O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração, Contexto, São Paulo.
Moraes, Antônio Carlos Robert de (2005a), Meio ambiente e ciências humanas,4ª ed. ampl., Annablume, São Paulo.
Moraes, Antônio Carlos Robert de (2005b), Território e história no Brasil, Annablume, São Paulo.
Pádua, José Augusto de (2002), Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888), Jorge Zahar Ed., Rio de Janeiro.
Rezende, Gervázio Castro de (2003), Estado, macroeconomia e agricultura, UFRGS-IPEA, Porto Alegre.
Romeiro, Ademar Ribeiro (1998), Meio ambiente e dinâmica de inovações na agricultura, Annablume, São Paulo.
Sabanés, Leandro (2002), Manejo sócio-ambiental de recursos naturais e políticas públicas: um estudo comparativo dos projetos “Paraná-Rural” e “Microbacias”, tesis de maestría, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Silva, Lígia Osório (2001), A fronteira e outros mitos, tese Livre-Docência, Departamento de Política e História Econômica do Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Silva, Lígia Osório (1996), Terras devolutas e latifúndio: efeitos da Lei de 1850, Unicamp, Campinas.
Souza, Marcelino (2000), Atividades não-agrícolas e desenvolvimento rural no Estado do Paraná, tesis de doctorado, Unicamp, Campinas.
Steca, Lucinéia Cunha y Mariléia Dias Flores (2002), História do Paraná: do século XVI à década de 1950, UEL, Londrina.
Toledo, Víctor M. (2002), “Agroecología, sustentabilidad y reforma agraria: la superioridad de la pequeña producción familiar, Agroecologia y Desenvolvimento Rural Sustentável, 3 (2), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, pp. 27-36.
Wachowicz, Ruy C. (1995), História do Paraná, Vicentina, Curitiba.

Esta obra está bajo una Licencia Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivar 4.0 Internacional.